Desconstruindo o homem em sessenta minutos

            Esse fim de semana, às oito e meia do sábado, foi a Hora do Planeta 2011, um movimento em defesa do meio ambiente e de luta contra o aquecimento global, que contou, no ano passado, com mais de um bilhão de pessoas, em 128 países, apagando as luzes durante uma hora.
            Sábado à noite, meu pai resolveu fazer um passeio em família e, infelizmente, tive que deixar o computador ligado baixando Fringe (pra quem não conhece, recomendo). Acontece que esse tal passeio me fez pensar se vale mesmo a pena desligar tudo por sessenta minutos para que a humanidade sobreviva por mais outros tantos.
            Saímos, comemos pizzas e alguém teve a linda ideia de ir ao Portal Sul shopping. Eu andava curioso pra ver como ele era, mas, por mais que minhas expectativas fossem baixinhas, fui surpreendido. Vi pessoas horrorosas, travestidas, extravagantes, animalescas, abjetas, promíscuas, prostituídas e patéticas. Acho que nunca senti tanto nojo de ser humano. Me senti tão amedrontado pela presença daquelas pessoas que resolvi carregar minha irmã (um bebê de cinco anos) no colo.
            O outro episódio que me fez pensar foi o jogo do Goiás contra a Aparecidense (seis a um \o/). Um vendedor de cerveja passava com sua bandeja, quando um cara do meu lado se levantou e esbarrou no que o outro carregava. Em circunstâncias normais, com pessoas mais razoáveis e inteligentes, tudo acabaria com repetidas desculpas de ambas as partes. Mas o que aconteceu foi uma discussão ridícula e muito, muito comprida. Pensei que não parariam de se xingar e que talvez até se espancassem, consumando seu estado ridículo e inacreditável de imbecilidade.
            Os seres humanos me assombram. Assim diz um livro bonito que li uns tempos atrás. Aterrorizam, matam e destroem, esses humanos. Com todo o racionalismo e conhecimento, com toda a moral e justiça, matamos, e matamos sem piedade de nós mesmos.
            Nós somos, talvez, a maior improbabilidade do universo. O mundo à nossa volta é improvável, toda a vida, a natureza, tudo de bonito e admirável, tudo aconteceu contra chances impossíveis. Mas isso parece não ser justificativa boa o bastante para que as pessoas respeitem o mundo e a si mesmas. Continuamos jogando fora esse precioso tempo que temos com as coisas mais insignificantes e desprezíveis.
            Quem diria que chegaríamos ao vigésimo primeiro século sem saber o que é a tolerância religiosa, sexual e racial? Quem, lá no finzinho da década de cinquenta e em sã consciência, acreditaria nas guerras selvagens que perduram até hoje? Quem poderia prever tamanha ignorância globalizada no mundo da informação?
Por um instante, não consegui distinguir os homens dos meus cachorros. Mas então me lembrei que o cão não precisa de motivo ou persuasão nenhuma pra vir e se deitar aos meus pés, buscando carinho e querendo dá-lo todo de volta.

4 comentários:

  1. Concordo plenamente, mas... Você disse que ficou abismado com pessoas travestidas.. Isso não é intolerância sexual?

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  2. Não me abismei só por estarem travestidas, mas por serem depravadas e evidentemente desgraçadas.

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  3. Concordo [2]. Isto faz a gente ter uma visão meio futurista e como nossos antepassados imagenavam a gente no futuro [o hoje], MAS...

    ..,Vc apoia "a hora do planeta" (desligar as luzes durante 1hora das 8766h do ano) ou não ?
    Não entendi seu posicionamento direito...


    # Você afirmar que as pessoas "travestidas" são desgraçadas e depravadas não continua sendo uma intolerância sexual ? E um não-respeito ao livre-arbitrio [as escolhas] deles ?

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  4. Apoio a hora do planeta sim. Não tem motivo pra não apoiar.
    E não disse que os travestidos são desgraçados e depravados. Disse que aqueles, além de travestidos, eram depravados e desgraçados.

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