Pós-Zumbis 2ª temporada(5)


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Agora chega de enrolação, né?

                E finalmente eles chegam ao Oscar Niemeyer, o centro cultura, mas não são só eles, caros leitores, nós também, que os acompanhamos nesta epopéia. Sim, caros leitores, eu também acompanho essa saga. É curiosa a forma de pensamento de leitores e geral, a de que o Escritor cria as estórias (e histórias) que escreve, quando, na verdade, o processo é bem diferente. Tem-se o estalo, mas depois de dado momento, esse estalo simplesmente lhe usa para ser expresso, é autocriativo, a estória é viva. Devaneei, onde é que eu estava mesmo? A sim! O Oscar Niemeyer. Monquei e R. em um carro, Fronrel em outro lá chegaram. Ao descer do carro Fronrel teve o “estalo”, agora se lembrava:
                _ Cara – disse ao Monquei – Chega aqui e saka só – E ele mostrou o “arsenal”. Os olhos de Monquei brilharam como os de uma criança no natal.
                _ UOW! Estas são realmente... – pegou uma delas, uma semi-metralhadora, e com um sorriso sádico apontou para o céu – Without Mercy!!!! Muahauahuahuahua!!! – E começou a disparar. Alguns sobreviventes saíram lá fora para saber o que estava ocorrendo. Percebendo o papel ridículo que fazia, Monquei abaixou a arma e fingiu estar concentrado em ler algo inscrito nela.
                Os sobreviventes viram Fronrel. Abraços acalorados, uma mais forte da Bibliotecária, que não o via há muito tempo, e toda essa formalidade toda que eu dispenso comentar. “Agora vamos ao mais importante” pensou Fronrel, que foi afastando educadamente a multidão até encontrar Japonês. Suplicou-lhe quase em prantos “Onde está minha guitarra...”, após a indicação de Japones, Fronrel saiu correndo... E Ele a viu, aquele sublime instante em que pouca coisa importava... a quanto tempo não tinha esse suave prazer? Ligou o amplificador, a ligou a ele. Tocou. E como era belo, como era simples e puro. Agora só precisava de mais uma coisa, perguntou em voz alta “TEM BEBIDA NESSE LUGAR?” alguém lhe respondeu “NÃO” bem, não importa, continuou tocando. Tocava Wish You Were Here – Pink Floyd
                Oscar Niemeyer era um centro cultural que não funcionava por dois motivos: O primeiro era se chamar centro cultural, ninguém ia a um lugar que se chamasse centro cultural. Se recebesse a nobricíssima alcunha de baile funk, ou prostíbulo, teria um numero incomparavelmente maior de visitas, mas CULTURAL? Quem é que iria num local desses? E em segundo lugar pelo atraso gerado pelo Superfaturamento de obras por parte do governo, que prometeu a obra em X e entregou quando as pessoas que ouviram a promessa já estavam surdas pela velhice. Mas, no final, tudo isso teve um bom propósito, afinal, era onde nossos heróis estariam seguros, ao menos por hora.
                A Bibliotecária teve de interromper o solene momento de Fronrel.
                _Precisamos conversar.
                Fronrel desliga a guitarra.
                _Pode falar.
                _ Estamos sobrevivendo até agora por um civilizado milagre, não podemos mais depender da sorte ou do acaso, é necessário que nos organizemos.
                _ Percebo um ligeiro desconforto no seu tom de voz – Era estranho, mas Fronrel não conseguia tratar com a Bibliotecária fora deste tom “culto”.
                _ Conheces-me, tens conhecimento do meu pessimismo, ainda mais quando não há ordem. – Era sempre isso, a conversa deles só ia piorando, ia chegando a um nível de linguística que pareceria absurda.
                _ Embora perceba isso, confio plenamente no seu bom senso para controlar-se. Mas, embora relute, obrigo-me a concordar com você, pois percebo que seu pessimismo não é de todo infundado. Como é que vai ser?
                _ Precisamos reunir o pessoal, o Centro cultural tem um auditório, o que será extremamente útil.
                _ Ok, você organiza isso?
                _ Bem...
                _ Certo, chamarei o pessoal, estaremos lhe esperando...
                _ Hey, espere ai! O que será discut...
                _ Até lá.
                O que ela iria fazer? Bem... no fundo no fundo o que ela queria era isso mesmo, poder ser a porta voz e ter a liberdade para colocar em evidência o assunto que quisesse, havia feito certo em vir falar primeiro com Fronrel, sem nem tocar no assunto ele havia percebido sua vontade.
                O grupo se reuniu no auditório, era muita gente, quase sessenta pessoas. À entrada da Bibliotecária o silêncio se instalou. Ela subiu ao palco, segurou o microfone que uma das mãos e disse:
                _ Olá! Bem, esta ‘primeira’ reunião foi convocada para definirmos metas e entendermos nossa situação. Para começar devemos nos perguntar, o que está acontecendo ao mundo? Segundo, O que devemos fazer? Terceiro, como somos vistos pelos de fora? Isso influenciará bastante na nossa possibilidade de ação.
                Fronrel ergue a mão desleixadamente e fala:
                _ Alguns de nós ainda estão livres da perseguição policial, mas ouso dizer, e somente após muita reflexão, que é mera questão de tempo, seremos tratados como criminosos em pouquíssimo tempo. Bem, o que está acontecendo ao mundo com certeza absoluta em não sei, mas posso dizer q é uma febre de ignorância extrema, quase que injetada com seringa e agulha nos cérebros das pessoas. Bem, o que devemos fazer, a meu ver, em primeiro lugar, é achar a raiz do problema e entender o seu “por que”, depois disso...
                Japonês pede a fala:
                _ Há de se reconhecer também que a ideia de permanecer em um grupo tão numeroso é absurda, em primeiro lugar pela locomoção, em segundo pela estruturação e organização, devemos nos separa...
                Ao som desta frase o caos se instalou na sala, os protestos foram gerais “COMO ASSIM? SEPARAR? SE-PA-RAR?” separar, o bicho de sete cabeças.
                _SILÊNCIO! – Gritou a Bibliotecária – NÃO HÁ MOTIVO PARA PÂNICO.
                _ Realmente, pra quê pânico quando a resposta aos problemas está bem debaixo dos nossos olhos?  - Disse uma voz estranha entre o grupo.
                _ MOSTRE-SE! – Exigiu a Bibliotecária. O silêncio havia voltado a reinar.
                _ Pensem bem, ó, caros amigos, desde a fatídica investida, que pode ser chamada de absurda, de Fronrel e sua corjazinha de amigos àquele colégio, nossos dias tem agitados e sem sossego. É verdade, ainda não passamos por grandes necessidades, mas olhem bem para os lados, estamos convivendo com alguns que são bandidos... pensem bem, ó, amigos... É uma questão de tempo até sermos obrigados a trabalhar para servir aos interesses destas pessoas, quando deveríamos estar servindo a nós mesmos, como antes, como quando tudo era cal...
                O Maldito solilóquio foi interrompido por um puxão da gola da camiseta do detestável cidadão. Verme traíra, sujo, imundo, porco, escória que balbucia palavras, ser desprezível que rasteja sobre a terra, QUE CONVERSA É ESSA? Perguntou Monquei.
                _Vêem, ó, caros amigos? Vêem a violência com seus próprios olhos agora? É nesse momento que começamos a ter ela direcionada contra nós. Pensem bem, caros amigos, de que estamos fugindo? Estamos sendo usados para acobertar estes criminosos, CRIMINOSOS CONTRA O ESTILO SAUDÁVEL DE VIDA, CONTRA OS BONS-COSTUM...
                Monquei soca-lhe a boca.
                _ Espero que ninguém tenha dado ouvidos a este filho da puta, né, pessoal?
                A multidão balança a cabeça, mas alguns tinham olhares incertos, um tanto duvidosos, isso era ruim...
                _ ehehehehe – O verme cospe sangue no chão, ele não havia desmaiado com o soco.
Monquei já vinha de punho erguido quando ele falou:
_ Espere, ó, caro amigo, veja bem isto aqui, veja muito bem – Vagarosamente o Verme retira do bolso um celular, na tela havia uma SMS que tinha acabado de chegar, nela havia escrito:
Estamos a caminho”
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