Nostalgia amarela


De repente chora, mas vem calada
Uma vontade de tudo que vi
Uma saudade vazia do nada

São rostos cantantes na minha mente
E sorrisos que fugiram de mim
Em outro tempo distante e contente
Que me lembra do pouco donde vim
São meus amores traídos e mágoas
De uma frieza fervente sem fim
Presos debaixo das suas anáguas
De mortíferas balas de festim

De repente choram, bem lá no fundo
Dores de um querer doente e sem dó
Das cores que ela pintou no meu mundo

Mas quem pode dizer que acabou bem?
E quem não vem me apontar o errado?
O fadado à minha frente e além?
Se nem tem meu coração apertado?
E aí me nego a querer qualquer mal
Certo de que enfim estou acabado
Poças inundam meu peito de sal
E no seu colo me faço afogado

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