O menino e sua borboleta amarela


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Quem derrubou da árvore seca a maçã e a mordeu sem terminá-la? Nem matou a serpente, que é vilã, que sou eu, nem corroeu sua alma rala. Por que o pedaço de bagaço de maçã mordido permanece distraído no pescoço fino do menino? No broto da árvore existia um casulo dourado que dava mais luz que o sol: o sol só sabia vir de dia, então à noite, mais que a lua, só o casulo reluzia.
Ninguém vai notar ausência da cobra, quando no centro há amor. Deficiência da manobra: porque amor é belo, vou tingir papel de preto nulo e abrir um casulo de onde saia algo amarelo. Quando pinto história que não mais vive, é que me preenchem ares de amores que nunca tive, como ela e ela e ela, logo rabisco suas coisas que foram reais, como a história do menino e sua borboleta amarela. 

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