Literatura para idiotas!

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     Vão, todos, tomar no Verbo! Seus filhos da letra!

     ...E de repente, todos se tocaram que agora deveriam escrever finais felizes! Por que não?

     Literatura (feita) para você! : Nas escolas vemos a disciplina de Literatura, que praticamente se divide em Análise literária e o estudo das Escolas literárias (que na verdade é praticamente (somente) Estudo das Escolas Literárias, pois  a Análise Literária nada mais é que a tentativa de aplicação das teorias vistas nas Escolas literárias, através de interpretações baseadas nas mesmas, ou seja, a prática da teoria), e aceitamos tudo como sendo uma verdade absoluta, pois aquilo cairá no vestibular e aí de quem responder o contrário da verdade que estão, democraticamente, te passando.
     Felizmente, para o aluno, a vida é uma coisa maravilhosamente simples que segue um padrão e, através do calendário, podemos dividir quase que equacionalmente os períodos, para nossa melhor compreensão, já que todas as obras daquela época tem características comuns devido aos fatos históricos do cotidiano dos autores que os influenciavam diretamente e por consequência suas escritas.
     Por isso podemos dizer, por exemplo, que os escritos dos séculos XVIII/XIX tinham como característica a idealização das coisas retratando o medieval, através do egocentrismo, individualismo, subjetivismo, sentimentalismo, pessimismo, escapismo e nacionalismo, isso devido as influências da Rev. Francesa, Publicação dos direitos humanos, da Era Napoleônica etc. (e no Brasil eventos semelhantes aos eventos europeus ocasionaram a mesmo coisa, como: a vinda da família Real e a Independência do Brasil...). Eis o Romantismo.
     Chega de palhaçada!
     Sinceramente, você acha mesmo que todo mundo vai escrever seguindo um roteiro pré-estabelecido? Ainda mais com a desculpinha de que eram influenciados todos pelas mesmas coisas que estava ocorrendo no mundo? Você mesmo que já ouviu falar mais de mil vezes que a comunicação era de tamanha dificuldade, que uma simples cartas às vezes demoravam meses, e talvez até anos para chegarem ao seu destinatário. Se hoje pessoas que tem muita mais acesso a informação e sofrem praticamente as mesmas influências da mídia, mesmo próximas (como familiares, melhor amigo, colegas) tem gostos tão distintos (para música por exemplo), imagina para a escrita e cada um tendo níveis de informações diferentes...
     Com cada país (para não dizer cada cidade) tendo uma realidade tão distinta, como poderiam estes escreverem "iguais"? O que impedia alguém a escrever sobre o que ele via, sobre o universo ou mesmo sobre baratas no século XVIII? Ou achas que durante o Iluminismo ninguém escreveu poemas de amor na própria França? Mesmo as colônias (como o Brasil ou Zimbabwe), colonizadas pelos próprios europeus, que obviamente não gostavam de ser exploradas, seguiriam, todos, os mesmos passos literários de seus opressores ou fugiriam totalmente como forma de protesto? Ou esperaram séculos até o Modernismo para expressarem sua revolta?

     Por que não estudamos um Kafka ou um Dostoiévski nas escolas? Por que não estudamos a verdadeira essência da literatura e do ato de ler? Por que os professores te fazer crer que o mundo durante determinada época se estrutura em um só pilar, fazendo com que outros odeiem uma matéria tão maravilhosa?

     Bando de filhos da putas acomodados que arranjaram um método para facilitar seus ensinos didáticos ao invés de debater e discutir com o aluno fazendo-os pensar, abrindo sua mente para novas ideias e formando pensadores à massificados. O pior que sabemos a resposta para essa não-pergunta: é mais fácil dar aula para ignorantes que aceita tudo o que você fala, do que a pessoas que estão a mesmo nível para argumentação.
     Vou bater na mesma tecla novamente, mas uma reforma educacional é necessária o quanto antes!
     Se talvez começássemos a dar valor aos professores, como eles realmente merecem, talvez estes nos respeitariam de volta...



OFF:
     Total indignação, de minha parte, veio após me apresentarem Memórias de um Sargento de Milícias no âmbito escolar.
     Comecei por não gostar nada do livro (léxico e história), mas não o condenarei por isso, pois ele merece meu total respeito. Porém como já devem ter percebidos, minha revolta é para com os professores de tal disciplina, que até antes de ser um livro utilizado pela UFG em seu vestibular, os professores em sua maioria absoluta nos mostrava se tratar de um livro de transição entre Romantismo e Realismo, o que é totalmente plausível devido as suas características Realistas, mas que é quebrado por apresentar final feliz entre alguns outras poucas características que definem serem Romantistas.
     Mas devido ao vestibular da Universidade Federal de Goiás e as palestras fornecidas pela própria Universidade, a qual há a análise (dos livros que serão cobrados no vestibular daquele ano) feita por convidados (sendo alguns deles os autores dos livros ou simplesmente professores comuns de Ensino Médio, geralmente), Memórias recebeu na hora uma análise inesperada para os presentes: "Sargento de Milícias não é uma obra de transição, pois ela deveria ter sido publicado próximo ao ano em que se inicia o Realismo para ser considerada de transição, e não é o caso. Logo o livro é um Romantismo de Costumes, e não de transição.".
     Eu estava na palestra! E como eu muitos (praticamente todos) achamos estranho e pensamos que ela falou errado, mas durante o tempo destinado a perguntas a palestrante (professora de Ens. Médio) recebeu milhares de bilhetes perguntando porque não era de transição e se ela havia falado errado sem querer... Ela voltou a insistir no assunto confirmando, até mandarem um bilhete perguntando o porquê de ela estar ensinado coisa errada.
     Enfim, a palestra dela acabou e se sucedeu as outras (isso durante um fim de semana). Ao voltarmos, na semana seguinte, para a sala de aula, logo perguntamos se o romance era de transição ou de "costumes" e na maior cara de pau os professores respondiam que era Romance de Costumes e que eles nunca haviam falado que era de Transição.
     Detalhe: Alunos anotam o que o professor passa no quadro, e por isso temos anotado que eles falaram que era de transição... E aparentemente isso foi em todas as escolas.
     Parece que querem nos enfiar, como tentei transmitir no texto acima, que você define o tipo de literatura de acordo com a época que ele foi escrito e publicado, por mais que tenha características de outro.
     Preferem inventar uma nova classificação para colocar a obra (de forma que ela se adeque a escola literária da época) do que aceitá-la que é uma obra que não segue a risca o conjunto literária da época, pois assim é mais fácil para o professor e tudo fica bem, não tendo que se desdobrar para explicar estas certas "anomalias" (que na verdade é o mais natural e provável, porém que dá trabalho, pois é complicado explicar coisas irregulares).
     Foi a partir dai que comecei a olhar mais atentamente para as aulas de literatura...

     Meus queridos ex-professores, não somos tão idiotas como vocês pensam!! Ensine Trovadorismo da Oceania para seu filho!

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