Das considerações sobre a tristeza e a mudança



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                Essa vida, esse esforço de estar o tempo inteiro pronto e operante, servil; como se fosse fácil, pelo simples estalo fazermos das tripas não só coração, mas também cérebro, corpo, vontade, garra e ânimo. E o esforço de parecer feliz o tempo inteiro, de parecer adequado. E é triste ver alguém que, ocasionalmente, e são cada vez mais frequêntes os casos, perde a maquiagem, a máscara... um simples floco de neve que fez dobrar a folha do bambu, como disse o provérbio do Oriente...
                Uma pessoa inconsolável, convulsa pelas lágrimas, chateada, enfezada, desiludida; desnorteada, em casos mais severos... e dói mais quando esta pessoa, que tentou desesperadamente se mostrar espelho da figura rija de um Hercules, mas que, em um infeliz momento em que todos debruçavam-se sobre ela, pareceu mais Pátroclo,  aquele que mentiu ser Aquiles e que por isso pagou o preço de, na hora necessária, não ter a singular habilidade de seu primo (ou amante, essas epopeias gregas são ambíguas em demasia...), dói mais quando se ama esta pessoa, quando lha queremos bem. E nem é que a pessoa lho tenha feito, parecer Aquiles, por vaidade ou por jactâncias... não, é simplesmente porque nos cobram isso, nos cobram o poder de Hercules, mas a verdade é que mal teríamos a obstinação de um Dom Quixote.
                Se deus fez o que fez com Jó apenas para provar ao demônio que era respeitado, que esperança podemos ter em suas intervenções para com esta pessoa que tão bem queremos? Ou para conosco, uma vez que não estamos imunes aos infortúnios? Que força temos nós contra o esquecimento divino?? Não sei, não creio que tenhamos... mas também sou da opinião de que: Se Deus existiu, nos deu mais do que condições de lançarmos os próprios dados... Então façamos aquilo que pudermos...
                Minhas opiniões são públicas e, para quem quis ouvir eu já disse, não sou dos que creem, mas se tem uma figura que respeito, esta chamou-se Jesus... mitificado ou não, fato é que admiro a história daquele que tentou por diversas vezes por na cabeça animal do homem a sofisticada ideia de que podíamos ser um pouco mais gentis uns com os outros... e devíamos tentar mesmo.
Abracemos mais, amemos mais, nos importemos menos com a aparência e com as frasezinhas hipócritas... Não conjecture chorar se te apetece, vá e deixe escorrer a água salgada do mar pacífico dos teus olhos; isso não é sinal de fraqueza. Ouça mais também aqueles que querem te ajudar de verdade, ouvir um conselho e dele tirar proveito é muito mais maduro do que acreditar que já se viveu bastante para saber sozinho os segredos do mundo. Se importe menos com aqueles que só te oferecem escapes baratos, passagens rápidas de tempo com ligeiros devaneios que em nada lhe engrandecem. Deixe-se ajudar, mas também ajude sempre que puder. E não façamos tais coisas, sei que é difícil, mas tentemos, não façamos para depois ostentarmos a medalha no peito... façamos para melhorar, façamos pelo simples benefício mútuo... façamos, pois talvez assim, no futuro, passaremos a poder chorar mais pelo riso desmedido e pelas alegrias do que pela infelicidade inerente aos tempos de hoje. E citando mais uma vez o ilustríssimo Gandhi: “seja a mudança que você quer no Mundo”. Temos só este, e somos todos vizinhos, com problemas e dias longos, com raras alegrias genuínas e uma grande variedade de frívolos deleites para tentar atenuar a miséria das nossas vidas, e muitas vezes prostramos o próximo para isso.
Na maior parte do tempo nada acontece, estamos sempre esperando... mas talvez as coisas melhorem... basta que tentemos, e se fizermos juntos, não precisaremos ser como cristo; não precisamos esperar pela ajuda de deus, comecemos o trabalho, ele pode vir a ajudar mais tarde, não somos a “imagem e semelhança” dele? Mas não esperemos que o próximo tome a dianteira, que mal há em ser o primeiro? Ajude aqueles com quem você se importa, e se pode ajudar ainda mais, se importe mais com outras pessoas... é justo que esperemos alguma congratulação ou retorno, quem não gosta? Mas não faça pelos aplausos, faça por saber que assim você poderá dormir e acordar como nunca antes, e são coisas tão simples...
Vote menos por interesses privados, dê mais “bons-dias e belas-noites” aos que te rodeiam, e lho faça sem distinção financeira, racial ou social, carregue uma lixeirinha no seu carro, buzine menos; se for presentear alguém, dê mais livros; se está insatisfeito com o que faz da vida, mude de profissão; se não pode por razões monetárias, organize-se para poder; não se case para depois sair a por cornos na mulher, e se não estiver mais feliz, separe-se; não deixe de pagar uma cerveja não anotada achando que está ganhando alguma coisa; devolva o troco que vier errado; participe mais dos problemas do mundo, eles são seus também, nem imaginamos o quanto; pode parecer que eu digo tudo isso com muita facilidade, que não são coisas tão simples; eu sei que não são, mas também não são tão difíceis assim, basta vislumbrarmos os benefícios...
Não vou me estender mais, se com tudo que eu disse não lhe fez entender o que eu gostaria de dizer, peço desculpas por minha deficiência textual. Despeço-me

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